UMBU
A árvore sagrada do sertão
É um fruto de casca lisa ou com pequenos pelos.
Tem um cheiro doce e sabor agradável, levemente azedo.
Pequeno e arredondado, seu tamanho pode variar muito, pesando entre 5,5g a 130g.
Possui uma polpa aquosa e um caroço interno.
O azedinho da Caatinga é matéria-prima para diferentes receitas. Foto: Divulgação - SDR Bahia
Sobre o fruto
O umbuzeiro (Spondias tuberosa) é uma árvore do Nordeste brasileiro com nome de origem tupi-guarani que significa “árvore que dá de beber”. O seu fruto é o umbu, também conhecido como imbu. Seu nome é devido ao fato que a árvore armazena água dentro dos seus frutos e, principalmente, em suas raízes. A característica é essencial para sua sobrevivência durante a seca na Caatinga, seu bioma natural. No passado, chegou a ser carinhosamente chamada por Euclides da Cunha de “árvore sagrada do sertão”.
O umbu é considerado um símbolo de resistência cultural pelos agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais do semiárido, principalmente pelo significado sagrado e por reservar água em suas raízes em períodos de seca. A prática de coleta dos frutos é uma atividade cultural passada de geração em geração e começa desde a infância por influência de pais e avós. O extrativismo sustentável do fruto do umbuzeiro é de grande importância para as populações rurais, garantindo fonte de renda extra aos agricultores.
O umbu é um fruto de casca lisa ou com pequenos pelos, pequeno e arredondado. Possui uma polpa aquosa e um caroço interno. Com cheiro doce e sabor agradável, é levemente azedo. O tamanho dos frutos pode variar muito, pesando entre 5,5g a 130g.
O umbu é muito utilizado na produção de polpas de fruta, uma vez que o fruto maduro dura no máximo dois ou três dias, o que dificulta o consumo in natura. A polpa é utilizada em sucos, sorvetes, picolés, geleias e doces. As raízes do umbuzeiro também são utilizadas na culinária popular e apresentam sabor adocicado.
As populações tradicionais utilizam o suco da raiz nos casos de escorbuto, doença que tem como sintomas hemorragias nas gengivas em decorrência de carência grave de vitamina C. Além disso, as sementes de umbu são conhecidas por combater a prisão de ventre e ajudar na saúde da flora intestinal.
Os primeiros moradores do sertão, os indígenas, utilizavam as raízes dos umbuzeiros para curar doenças e os frutos para alimentar-se. Muitas vezes são utilizadas pelos vaqueiros do sertão para matar a sede nas suas jornadas na Caatinga. Elas possuem propriedades medicinais e são muito usadas na medicina caseira para o tratamento de diarréias e no controle de verminoses.
O umbu possui consideráveis propriedades nutricionais, sendo rico em vitamina C, vitamina A, cálcio, ferro e fósforo. Além disso, é um fruto pouco calórico.
Pertencente à família Anacardiaceae, o umbuzeiro pode alcançar até sete metros de altura, tem tronco curto e copa em forma de guarda-chuva. Seu tronco é atrofiado e retorcido, com diâmetro de 0,3 a 1,4 m. É uma das árvores frutíferas mais comuns da Caatinga.
Como a maioria das plantas na Caatinga, o umbuzeiro perde todas as suas folhas nos períodos de seca, mas volta a florescer assim que começam a cair as primeiras chuvas. Na época de floração, as flores são brancas, agrupadas, perfumadas, com néctar que é retirado pelas abelhas para se alimentarem e produzirem mel.
O umbuzeiro possui apenas um período de floração e frutificação por ano, coincidindo com o período mais crítico de ausência de chuvas em regiões semi-áridas do Nordeste. A floração pode iniciar-se após as primeiras chuvas, independente da planta estar ou não com folhas, sendo que a concentração da florada é em dezembro e pico de frutificação em fevereiro. O início da floração e frutificação varia entre regiões.