Pequi
O fruto de pele espinhenta
Sua casca que pode
alternar entre as cores
verde e amarela
Na camada que ultrapassa os espinhos é possível encontrar uma castanha macia e muito saborosa.
Possui o tamanho aproximado de uma maçã
Seu caroço é revestido
por uma polpa comestível macia e amarela
Por dentro da polpa existe uma camada de espinhos muito finos
O "ouro do Cerrado" tem aroma marcante e figura entre pratos tradicionais de diferentes territórios do bioma. Foto: André Dib - WWF-Brasil
Sobre o fruto
O pequi (nome científico: Caryocar brasiliense) é o mais consumido e comercializado dos frutos nativos do Cerrado. Seu nome, que vem do tupi, significa “pele espinhenta”, graças aos espinhos finos que revestem a segunda camada da sua polpa. O pequi também é um dos frutos do Cerrado mais estudado nos aspectos nutricional, ecológico e econômico.
Este fruto é de grande importância para a economia de populações agroextrativistas em diversas regiões do Cerrado. Com a coleta do pequi, alguns agricultores chegam a obter até 80% de sua renda anual.
Possui o tamanho aproximado de uma maçã, com uma casca que pode alternar entre as cores verde e amarela. No seu interior, existe um caroço revestido por uma polpa comestível macia e amarela. Por dentro da polpa existe uma camada de espinhos muito finos. Por isso é preciso ter cuidado ao roer seu caroço. Na camada que ultrapassa os espinhos é possível encontrar uma castanha macia e muito saborosa.
Os caroços são servidos cozidos e são muito utilizados na culinária regional de diferentes regiões do Brasil como Nordeste, Norte e Centro-Oeste. Pratos como o tradicional arroz com pequi ou frango com pequi não podem faltar na mesa das populações locais do Cerrado. Com sabor marcante, o fruto também pode ser utilizado como tempero, nas versões em conserva e como matéria-prima para a produção de licores e sorvetes. Apesar de seu grande potencial, a castanha-de-pequi - ainda tem uso bem menos difundido do que sua polpa - pode ser apreciada in natura, torrada, com sal ou caramelizada.
Povos indígenas do Xingu como as etnias Xavante e Kraô também utilizam o pequi em usos terapêuticos e medicinais. Comunidades tradicionais relacionam ao fruto poder no combate ao envelhecimento e na prevenção às doenças associadas à visão. Para eles, o óleo de sua amêndoa possui ação anti-inflamatória, cicatrizante e gastroprotetora. Já o extrato de suas folhas é utilizado no Cerrado contra micoses (fungos) e moluscos (caracóis).
A polpa do fruto é rica em vitaminas A, C, E e carotenóides. O pequi tem o dobro de vitamina C de uma laranja, por exemplo.
Um pequizeiro tem um ciclo de vida de aproximadamente 50 anos, possui copa frondosa e folhas grandes cobertas por penugem, podendo atingir até 10 metros de altura. A madeira é utilizada na construção de casas e cercas e tem boa durabilidade. Suas flores servem de alimento para os animais do Cerrado e a casca produz corante de ótima qualidade.
A fase reprodutiva do pequizeiro inicia-se a partir do oitavo ano da árvore, com floração ocorrendo normalmente entre os meses de setembro e novembro. A época de floração e frutificação varia entre as regiões, mas, em geral, boa parte das folhas cai no início da estação seca. Normalmente, a época de produção dos frutos é de novembro a janeiro. Os pequizeiros produzem frutos por 20 a 40 dias, podendo chegar a 1000 frutos por pé.